Equinócio de Primavera, o título me veio de uma imagem: um chinês sendo maquiado para participar das celebrações do dia do equinócio de primavera na China – o que me provocou a sensação de ser bafejado pela mesma brisa que o envolvia e o vivificava. Por instantes pareceu-me que materializei-me ali. Rosa, beje, branco, o vermelho dos lábios, o púrpura e a cor de carne da pele pincelaram minha face, meu ser, numa paisagem de um parque amplo e repleto de jardins – balbuciei algo como a legenda da fotografia – equinócio de primavera – e sai do transe. Mas a poesia daquela miragem não evanesceu.
Vívida como a explosão densa e leve em que eclodem as primaveras, a poesia, os poemas que compõem este livro são do mesmo ímpeto do que para ser definitivo dura pouco – menos que uma estação. O pólen é soprado das flores despetaladas e se espalha disseminando vida; a radioatividade, morte, rompida a usina nuclear.
Este breve relato visa substituir a “apresentação da obra”. Com efeito, as tags que seguem (e estão na contracapa) se dão indícios ( e não índices) do teor desta obra, legam ao leitor a tarefa de formular suas considerações sobre o Equinócio de Primavera:
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