A ESTAÇÃO

HISTÓRICO DA REDE FERROVIÁRIA FEDERAL ENTRE OS MUNICÍPIOS DE CRATEÚS E INDEPENDÊNCIA.

 
    
Espaço Cultural História Viva - Antiga RFFSA.
Cuida-se o presente estudo de histórico da estrada de ferro construída pela REDE FERROVIÁRIA FEDERAL SOCIEDADE ANÔNIMA – RFFSA entre os Municípios de Crateús e Independência.


Inicialmente o projeto de implantação/construção do trecho ferro viário, era de Piquet Carneiro/Crateús.


Inicialmente coube ao então Ministério de Viação e Obras Públicas, posteriormente Ministério dos Transportes. 


Por força da Portaria nº 336, de 28 de Maio de 1952, foi aprovado o projeto para implantação/construção dos 48kms de Crateús a Independência.


Os estudos do trecho de Independência para Crateús, foram feitos pelo Dr. Francisco Aires Coelho Cintra, no período de outubro e novembro de 1951, enquanto que os estudos de Piquet Carneiro para Independência foram executados pelos Drs. José Corrêa Costa e Francisco Aires Coelho Cintra, tendo início em outubro de 1951 e seu término em junho de 1952.


O trecho projetado de Crateús para Independência e aprovado pela Portaria à epígrafe, foi locada pelo senhor Durval Borges.

A Estação da RFFSA(Batalhão) era ponto de encontro.  
Coube, por sua vez, as construtoras Castro & Ferreira e Langer a execução dos serviços, esta com sede em Fortaleza e aquela em Recife, Pernambuco.


O trecho ferroviário (Crateús) – Piquet Carneiro foi delegado ao 1º Grupamento de Engenharia de Construção por convênio entre o antigo Ministério de Viação e Obras Públicas e o antigo Ministério da Guerra, datado de 07 de Junho de 1955.


Contudo, cabe aqui registrar, que a ferrovia Crateús – Piquet Carneiro , tinha uma extensão de 181,00 km.

Por outro lado, a conclusão do trecho Crateús/Independência, foi executada no final de 1964.

A infra-estrutura teve início no Km 0,00 (Crateús) ao km 50,00  (Independência), com obras de artes especiais.

- Ponte Tourão no Km 2,00 com 52 metros de comprimento (Crateús)

- Pontilhão Dezoito no Km 18 com 10 metros de comprimento (idem)

- Ponte Adão no KM 23,00 com 80,00 metros de comprimento. (idem).

- Ponte Riacho Madeira no Km 27,00 com 10 metros de comprimento. (independência)

- Ponte Cunha no Km 30,00 com 10,00 metros de comprimento. (idem)

A ponte Adão, no KM 23 com 80 metros de comprimento é de encher os olhos, pela sua grandiosidade. Parece-nos que foi construída ontem.

No Km 23,00 (Adão), tinha um posto telegráfico; 2 casas de mestre de linha; 3 casas para trabalhador; casa de força e caixa d’água com capacidade de 35.000 m³.

No Km 50 (esplanada ferroviária de Independência) foram construídos:

Uma Estação de 3º classe
Uma casa para Agente
Uma casa para Mestre de Linha
Quatro casas para trabalhador
Uma casa de Força (energia)
Uma caixa d`água com capacidade para 35.000 litros.

Na esplanada de Independência, foram edificados os seguintes prédios:

Armazém
Depósito (centro pastoral)
Alojamento
Casa de força e luz.

Homens trabalhando na construção da linha férrea.

 
Com efeito, em 26 de Novembro de 1975 o 1º Grupamento de Engenharia de Construção entrega a RFFSA, sistema regional de Recife, faz entrega da obra sem compromisso de qualquer natureza com terceiros, inclusive sem ônus de qualquer espécie.


É importante ressaltar, que os prejuízos dos proprietários do Km 0 (Crateús) ao KM 50 (Independência) foram enormes, visto que os mesmos tiveram suas propriedades rurais utilizadas sem o devido processo legal de desapropriação.


Com efeito, o 4º BEC, fez uma cessão de material metálico (trilhos) da superestrutura de aproximadamente 46 Km do sub-trecho Crateús-Independência para a 2ª Divisão-Cearense, no trecho Crateús-Oititica.


Desse modo, os cortes e aterros executados não foram mais conservados estando a merecer praticamente todo o serviço de recuperação.


Após o termo de entrega sem qualquer ônus de qualquer espécie, começaram a destruição em massa do trecho Crateús/Independência dos dormentes, além da retirada dos trilhos do remanescente de 4 km.

Os cortes e os aterros apresentam muita erosão.


Nas proximidades de Independência há um corte com uma extensão de mais ou menos um KM, com profundidade de cerca de 8 metros na pedra.


Registre-se, por fim, que existe nesta cidade muitos funcionários e pensionistas dos ex-funcionários da REFFSA.

 
Na época da conclusão do trecho, na estação de Independência, existia o seguinte letreiro:


IV EXÉRCITO
1º GRUPAMENTO DE ENGENHARIA
4º QUARTO BATALHÃO DE ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO
2ª COMPANHIA DE CONSTRUÇÃO
INDEPENDÊNCIA






Um comentário:

Unknown disse...

Lembranças inesquecíveis desse local quando eu ainda era um garoto nos anos 60... se eu fosse contar minha história de vida nesse lugar onde nascí, mesmo morando nele só até aos 14 anos de idade, com certeza eu ficaria dias e dias aqui teclando... Um forte abraço a todos os meus Conterraneos e familiares de Independência.

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