Nos
anos 2000, o governo do Ceará, na gestão do governador Lúcio
Alcântara, inaugurou no município de Crateús um monumento em
homenagem aos 80 anos da passagem da Coluna Prestes no Ceará. Oscar
Niemeyer, comunista e amigo de Luiz Carlos Prestes, projetou o
Memorial da Coluna Prestes, que tem 13,5 metros e está localizado na
Praça Gentil Cardoso, antes Praça da Estação, onde, em 1926,
houve um tiroteio entre os policiais e integrantes da Coluna Prestes.
Dois homens da Coluna Prestes morreram durante o combate.
Revelando
os traços inconfundíveis do consagrado arquiteto brasileiro, o
desenho do monumento foi originalmente encomendado a Oscar Niemeyer
por Luís Carlos Prestes Filho – há cerca de 10 anos.
A
obra, em concreto, custou R$ 65 mil aos cofres do Estado. Papito
Oliveira, presidente da Comissão de Anistia Wanda Sidou, comenta as
visitas de Prestes ao Ceará. ”Ele esteve aqui em 1982. Já no
final da vida, Prestes vinha descansar no Ceará. Tanto que só saiu
daqui, do Cumbuco, pra morrer na casa dele.”
Papito reconhece que a relação da comunidade de Crateús – cuja população é de aproximadamente 75 mil habitantes – com o monumento ainda é uma história por se construir. ”Inicialmente, houve muita surpresa por parte das pessoas. Mas estamos trabalhando essa questão há dois anos, e já sentimos melhoras, também devido ao lançamento da cartilha”.
Mário Albuquerque, presidente da Associação Anistia 64-68, também comenta a relação da população com a obra. ”Crateús já é uma terra de muita história. É, por exemplo, a terra de Dom Fragoso, responsável por um dos focos de resistência à ditadura militar”, mencionou. ”Com o monumento, a cidade está uma polêmica. Muita gente estranha, pergunta o que é isso. E é bom, porque desperta curiosidade pra história, inverte a tradição brasileira de construir o esquecimento, e não a memória”, acrescenta Albuquerque.
G1.com.br
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