Existem duas explicações para a origem do nome do município. A primeira
diz respeito ao Riacho ou Rio que corta a cidade, mas nunca se soube ao certo
se esse rio realmente existe, pois ninguém da cidade ou região conhece tal rio
com tal nome. O único rio que corta a cidade é o famoso Rio Cupim. O segundo
motivo e o mais provável diz respeito à suas consecutivas perdas do status de
município, que por muitas vezes aconteceu, e muitas vezes, consequentemente o
município conquistava sua "Independência", mas essa origem também não
está totalmente correta, pois quando foi instalado o município pela primeira
vez, ainda como vila em 1857, pelo estado do Piauí, foi dada a denominação Villa da
Independência, substituindo o nome Povoação de Pelo-Signal.
História
Independência faz parte do Vale de Crateús, comprado em 1721, por D. Ávila Pereira
Passos, pelo preço de quatro mil cruzados. A posse dessas terras lhe foi dada
na Fazenda Lagoa das Almas, 18 quilômetros ao sudoeste da Vila Príncipe
Imperial, hoje cidade de Crateús, na margem esquerda do Riacho do Gado,
que deságua no Rio Poty.
Nos últimos anos do século XVIII, o missionário Frei Vidal da Penha, de
crônica famosa, andava pelos sertões mais afastados. Seu verdadeiro nome era
Vitale da Frascarolo, um frade capuchinho, que também é citado como Frei Vidal
de Fraccardo. O nome Penha é em alusão ao convento de Nossa Senhora da Penha,
localizado em Recife no estado de Pernambuco, onde o mesmo vivia antes das suas
missões. Italiano que peregrinava pelos sertões dePernambuco e Ceará, tinha como marca registrada a catequese
dos habitantes e índios da região. Era seu costume mandar construir, por onde
passava, igrejas e cruzeiros, muitos deles foram marcos para o começo de
formações de povoados e futuras cidades, como exemplo a cidade de Itapajé e Bela Cruz no Ceará. Há registro de sua passagem por várias
regiões doCeará. Também ficou famoso por suas profecias
catastróficas de fim do mundo, que por muitos anos permaneceram no imaginário
da população local, que acreditava em suas palavras, e propagavam seus relatos.
Um fato peculiar de suas profecias lendárias é que ele sempre mencionava
"o rabo baleia" ou "a baleia adormecida", animal que
segundo ele, vivia adormecido sob as cidades da região. Segundo ele, ao se
acordar e se mover nas entranhas da terra, a "baleia" provocaria
grande devastação. Outra lenda, que ele teria contado foi na cidade de Santana do Acaraú,
afirmou que a mesma e outras cidades vizinhas seriam inundadas por arrombamento
de um açude pelo movimento do lendário mamífero adormecido nas entranhas da
terra, previa ainda que esse açude seria construído no Rio Acaraú, afirmando ainda que o açude teria
nome de um pássaro. Lenda ou não o açude realmente fora construído, o Açude Araras, e nos últimos anos diversas
cidades da Região Norte do Ceará, próximas a Sobral sofreram abalos sísmico.
Por onde passava, a multidão ouvia-o enternecida à sua palavra de ouro e fé. Ao longo do vale de Crateús, certo dia, manhã clara de sol intenso, Frei Vidal bate a porta da casa grande do fazendão do Coronel José Ferreira de Melo, onde foi recebido alegremente. Era uma honra hospedar a figura singular e marcante do notável missionário. Anunciada a prédica, juntou-se uma multidão de gente, vinda de toda parte. Foi nesta oportunidade que Frei Vidal, fez veemente um apelo ao rico fazendeiro, no sentido de que mandasse construir uma capela. Homens daqueles tempos idos e vividos, não faltavam com a palavra, promessa feita, promessa cumprida.
O sertanejo acedeu, dando início às obras, que foram concluídas em 1810.
Dia vai e dia vem, foi-se chegando gente e principiou um modesto arruado, em
forma de quatro, ao redor da capela de Nossa Senhora Santana. A florescente
povoação elevou-se a distrito de Paz com o nome de Pelo Sinal, por resolução
n.º 56 de 6 de setembro de 1836.
A criação da freguesia foi em 15 de setembro de 1853 (Decreto
Providencial nº 356), sendo seu primeiro vigário o Padre Antônio Ricardo
Cavalcante de Albuquerque, natural de Pernambuco, cuja frente se manteve vinte
anos. Pertencia a freguesia de Senhora Santana de Independência, ao bispado do
Maranhão, do qual fazia parte do território da Província do Piauí.
Em princípios de 1857, os habitantes da povoação Pelo Sinal Reclamavam
da situação inferior de dependentes da Vila Príncipe Imperial (Crateús), que
muito obstava o desenvolvimento, exigindo a urgente criação do município. Suas
súplicas mereceram acolhidas e, em Oeiras, capital da Província do Piauí, a 24
de julho do mesmo ano, foi expedido o Decreto nº 436, criando (pela 1ª vez) o
município, com sede no antigo povoado de Pelo Sinal, elevado a categoria de
Vila com território desmembrado do município de Príncipe Imperial (Crateús) e a
denominação de Independência, sendo instalada a 1º de março de 1858.
Por Lei Geral n.º 3.012, data de 22 de outubro de 1880, foi desanexado
do Piauí e incorporado à Província do Ceará.
A Lei Estadual n.º 107, de 20 de setembro de 1893, suprimiu o município
que foi restaurado pela Lei n.º 294, de 7 de agosto de 1896, cuja reinstalação
ocorreu somente em 16 de novembro do mesmo ano.
O Decreto Estadual n.º 193, de 20 de maio de 1931, extingue vários
municípios do Ceará, dentre eles Independência, que pela segunda vez perdia sua
autonomia, reconquistando-a somente a 4 de dezembro de 1933 (Data da última
emancipação política que perdura até os dias de hoje), pelo Decreto n.º 1.156,
do Interventor Roberto Carneiro de Mendonça, o município figurando na divisão
administrativa daquele ano, apresentava-se com os distritos de Independência,
Novo Oriente, Santa Quitéria e Vertente. Com uma área de 5.908 km² (dados
da época) Independência torna-se o maior município em área territorial do
estado do Ceará.
No anexo ao Decreto-Lei estadual nº 169, de 31 de março de 1938, que
alterou a divisão territorial de 1936-1937, é criado o distrito de Bom
Princípio, em Independência.
O Decreto-Lei nº 448, de 20 de dezembro de 1938, que dispôs sobre a
divisão territorial a vigorar no quinquênio 1939-1948, alterou a denominação do
distrito de Santa Quitéria, que passou a denominar-se Coutinho. Também o
Decreto-Lei estadual n.º 1.114, de 30 de dezembro de 1943, que fixou a divisão
territorial para o período de 1944-1948, altera outras denominações, figurando
o município nesse quinquênio com os distritos de Independência, Coutinho,
Ematuba (ex – Bom Princípio), Iapi (ex – Vertentes) e Novo Oriente, mantidos
pela Lei nº 1.153, de 22 de novembro de 1951.
Em 10 de outubro de 1957 é criado o Município de Novo Oriente,
desmembrando-se do Município de Independência, que perde assim parte de seu
território. Suas origens, tidas como recentes, fundamenta-se no pioneirismo do
Capitão Rodrigo Alves da Silva, edificador de sua própria casa de fazenda,
situando-se esta nas proximidades da Lagoa do Tigre. Dessa fazenda e de
posteriores agregamentos, gerou-se o arraial cuja denominação se manteve como
Lagoa do Tigre. A elevação do povoado à categoria de Vila provém de Ato
Governamental datado de 3 de março de 1902, e a de Município conforme Lei n.º
3.855, de 10 de outubro de 1957, tendo sido instalado a 15 de dezembro do mesmo
ano. A capela e respectiva Freguesia, sobre as quais faltam registros, têm como
padroeiro São Francisco de Assis, com vinculação subordinativa ao Bispado de
Crateús.
Em 4 de Junho de 1987, publicou-se no Diário Oficial do Estado do Ceará,
nº 14.587 Parte I, o ato de criação do Município de Quiterianópolis que é
sancionado pelo então Governador do Ceará Tasso Ribeiro Jereissati.
Segue-se abaixo trecho do Documento (Diário Oficial) que instala o
município: Art. 1º - É criado o Município de Quiterianópolis, com sede na Vila
de Coutinho, que passa a denominar-se Quiterianópolis, ficando elevado a
categoria de cidade. Art. 2º - O Município de Quiterianópolis constitui-se do
Distrito de Quiterianópolis (ex – Coutinho), Distrito de Algodões, Distrito de
São Francisco e parte do Distrito de Iapi, todos desmembrados do Município de
Independência, tendo os seguintes limites territoriais:
Ao Norte, com o município de Novo Oriente; A Leste, o Município de
Independência; Ainda a Leste, com o Município de Tauá; A Sul, com o Município de
Parambu; A Oeste, com o estado do Piauí.
Dados obtidos de documentos existentes na Biblioteca Pública de
Independência-CE.
Geografia
Localização
Independência é um município brasileiro do estado do Ceará. Localiza-se
a uma latitude 05º23'47" sul e a uma longitude 40º18'31" oeste,
estando a uma altitude de 343 metros. Possui uma área de 3.218,6 km²,
sendo atualmente o 4º maior município em área territorial do estado do Ceará,
mas em população cai para a marca de 74º dentre os 184 municípios cearenses.
O município de Independência cidade de porte pequeno, mas razoavelmente
bem estruturada, ruas largas e está situada numa região de planície. E poucos
sabem, mas vista do alto lembra as estrutura do plano piloto da cidade de
Brasília, num formato de avião.
Apesar de mais de 150 anos de história, ao logo dela, não conseguiu se
destacar no parâmetro Estadual, sendo subordinada por sua “mãe” e cidade
vizinha de Crateús. Problemas climáticos e falta de políticas-públicas mais
atuantes desfavoreceram o município ao longo da história. O município se
enquadra no polígono das secas e por muitas vezes sofreu por esse motivo,
segundos pesquisa científicas é um dos municípios mais áridos e com maior
índice de desertificação do Estado. A falta de água sempre foi um problema para
a mesma, que sempre em períodos de longa estiagem o reservatório de
abastecimento da cidade secava totalmente, e sua população inteira ficava a
mercê dos famosos “carros-pipas”, hoje em dia o problema, pelo menos na sede do
município encontra-se solucionado pela instalação, em 1999, de um reservatório
de grande porte, o Açude Barra Velha, que abastece a cidade atualmente e que
resolveu o problema. Ao longo dos últimos anos não se sofreu com esse problema,
pelo menos na sede do município.
Hidrografia e Recursos Hídricos
Açude Jaburu II;
Açude Barra Velha; Açude Cupim
O município encontra-se dentro da Bacia do Rio Parnaíba, a única bacia
hidrográfica do estado que não deságua no próprio estado. Devido a esse fator,
as micro-bacias do município são relativamente pequenas e curtas, pois seus
rios e riachos nascem no próprio município, limitando seu aporte e volume de
água. Todos os rios dos municípios são intermitentes, secam na estação seca. Os
principais açudes são: Barra Velha, Cupim e Jaburu II. Todos são monitorados
pelas COGERH (Companhia de Gestão e Recursos Hídricos do Estado do Ceará).
Açude Barra Velha
Com conclusão no ano de 1999, o açude tem capacidade máxima de acumulação de água de 99,5 milhões de m³, o principal riacho barrado é o Santa Cruz e sua bacia tem área total de 856,070 Km². É o atual e único açude de abastecimento da sede do município[9]. A construção desse reservatório foi fundamental para minimizar os problemas com falta de água que eram freqüentes no município.
Barragem do Rio Cupim
Com conclusão de construção no ano de 1970, o açude tem capacidade máxima
de acumulação de água de 4,55 milhões de m³, o rio barrado é o Rio Cupim e sua
bacia hidrográfica tem área total de 231,450 Km. Por muitos anos esse açude foi
a única fonte de abastecimento de água do município, que devido ao seu baixo
volume de acumulação e a crescente demanda, sempre havia esgotamento do
reservatório. Antes de sua construção, no mesmo local havia outro açude que
teve rompimento seu barramento, devido a fortes chuvas, o que causou temor e
inúmeros transtornos a população daquela época. Esse fato é relatado por
moradores mais antigos do município, sem registro de dados e/ou fotos.
Açude Jaburu II
O nome Jaburu II se dá pelo fato de que no município de Ubajara no Ceará, haver outro açude com o mesmo nome. O açude Jaburu II teve sua conclusão de construção no ano de 1984, com capacidade de acumulação de 116 milhões de m³, o principal rio barrado é o Jaburu, mas possui outros riachos e rios que deságuam no mesmo como o Riacho Soares e Jucás, e sua área de bacia é de 908,040 Km². Devido a sua maior região de bacia o açude quase sempre se manteve com boa acumulação de água, mas devido a sua distância da sede da cidade e nenhuma ligação através de adutora, não há abastecimento na cidade por esse açude. O mesmo serve apenas para abastecimento de pequenas comunidades no seu entorno e também como forma de perenização do Rio Poty. Atualmente é o maior açude do município.
Demografia
Sua população recente publicada pelo IBGE no Censo Demográfico de 2010 é
de 25.586 habitantes. Devido a sua vasta extensão territorial
a maior parte dessa população é residente na Zona Rual do município. Por
possuir pouco desenvolvimento econômico a sua população (na maioria jovens)
quase sempre migra para grandes cidades em busca de melhores condições de vida,
isso é um dos motivos que leva o município a manter o número de habitantes
praticamente estagnado na casa dos 25.000 habitantes.
Economia
O comércio é atividade que maior se destaca no parâmetro municipal. O
maior ponto dessa atividade é a famosa Praça do Mercado Público que tem ao
centro um mercado em forma de quadrado com instalações bem tradicionais. É um
dos pontos turísticos e históricos do município, pois sua estrutura física e de
localização é pouco vista em outras cidades.
O seu grande forte são as tradicionais festas de julho, com sua
Padroeira Senhora Santana, que acontecem anualmente de 16 a 26 de Julho.
Bastante conhecida pela força da tradição e pela tranqüilidade, esses festejos
são uns dos maiores do estado. Nesse período ocorre o famoso novenário que
culmina com a última novena do dia 25, à noite após a novena todos se encontram
na Praça da Igreja, seja para encontrar os amigos ou para curtir todas as
noites animadas serestas em frente ao Salão Paroquial. A igreja católica, nesse
período tem uma vasta programação: missas, casamentos, batizados, confissões,
novenas, o famoso bingão, etc. Uma boa pedida também são as festas dançantes
nos tradicionais clubes da cidade (REC-Rutilo Esporte Clube e Palácio do
Forró), os mesmo promovem festas com as melhores e maiores bandas do Brasil, e
o ponto forte é o Forró. A cidade se transforma nesses 10 dias e recebe pessoas
do mundo inteiro, que buscam diversão ou religiosidade. A força da
religiosidade atrai romeiros de todos os lugares em devoção a Santana, se
enquadrando entre as maiores do Mundo em devoção a Santa.
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