Os pecuaristas de Independência
afirmam que o gado está começando a enfraquecer, com a escassez de chuva que
deixa as pastagens secas e sem vida.
Muitas comunidades estão sendo
abastecidas através de carros-pipa, mas a quantidade de água é insuficiente
para resolver a problemática, que só a chuva poderá dar jeito. Não cai uma boa
chuva há mais de cinco meses em Independência, que está em situação de emergência.
O Município de Independência tem
virado noticia na impressa na capital, foi matéria no Diário do Nordeste e na
TV foi noticia no jornal CETV;
O cearense tem
sentido, neste 2012, o que é uma quadra chuvosa irregular, tanto do ponto de
vista temporal quanto espacial, o que, de certa forma, surpreendeu os
pesquisadores da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos
(Funceme) que já esperavam um período com chuvas variando da média histórica
para baixo.
O meteorologista
Namir Melo explica que 2012 chegou com uma perspectiva de normal a seco,
tendendo ao limite inferior. "Tivemos um fevereiro bom, sobretudo na
segunda quinzena; mas em março houve uma redução de 50% nas chuvas e abril está
pior que março até agora. A expectativa é de melhora, mas, ainda assim, não dá
para ficar muito otimista", afirma.
Mas a
irregularidade espacial e temporal, já esperada, como sempre, atingiu níveis
surpreendentes. Segundo Namir, o sertão, região mais carente do recurso água,
vem sendo mais afetado pela estiagem, mas as diferenças espaciais da
distribuição das chuvas é gritante. Ele cita como exemplo o Município onde
menos choveu, Milhã, no Sertão Central, onde de 1º de janeiro até o dia 25 de
abril choveu apenas 141mm, queda de 70,8% em relação à média histórica. A
aproximadamente 60Km em linha reta dali está Iguatu, no Centro-Sul do Estado,
onde choveu mais, com um total de 906mm.
O número de
Municípios onde choveu muito pouco (abaixo de 400mm), representado no mapa
pelas cores quentes, no período, é de 96. Os que estão melhores são 88 (cores
mais frias).
"Conforto
razoável"
"O Ceará
está passando por uma das piores secas da sua história, talvez pior do que
1958, o que num período daquele seria uma catástrofe para o abastecimento
humano e animal e para o setor produtivo. Mas o Estado fez grandes
investimentos e hoje tem uma estrutura hídrica que garante a sua segurança e podemos
dizer que estamos em uma situação razoavelmente confortável", afirma o
diretor de Operações da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh),
Ricardo Adeodato.
Segundo ele, o
sistema acumula 70% da capacidade, o que equivale a 12,6 bilhões de m³. "É
claro que isso não está distribuído de uma forma regular", explica. O Alto
Jaguaribe soma 95% e o Orós também está com 95% das sua capacidade, o que
corresponde a 1,8 bilhão de m³.
Em pior situação
está a Bacia do Curu, com 45% da capacidade, sendo os dois principais
reservatórios o Pentecoste, que acumula 390 milhões de m³ e que está com 48%; e
o General Sampaio, que pode armazenar 320 milhões de m³ e está com 41%.
Adeodato
enfatiza que, em termos de abastecimento humano, não há perigo. "Não vejo
problema até o fim do ano, mesmo assim, estamos monitorando. Quando há
calamidade, o abastecimento humano é prioridade, seguido pelo animal", diz.
Metropolitana
"A região mais importante, a Metropolitana, que reúne 3,5 milhões de habitantes, 90% das indústrias e ainda o Complexo Portuário do Pecém, tem o sistema Pacajus / Pacoti / Riachão / Gavião com 500 milhões de m³, o que equivale a 58% da sua capacidade, numa vazão de 9 m³/s", esclarece.
"A região mais importante, a Metropolitana, que reúne 3,5 milhões de habitantes, 90% das indústrias e ainda o Complexo Portuário do Pecém, tem o sistema Pacajus / Pacoti / Riachão / Gavião com 500 milhões de m³, o que equivale a 58% da sua capacidade, numa vazão de 9 m³/s", esclarece.
Além dessa
garantia, ele lembrou que o sistema conta, desde 1992, com o Canal do
Trabalhador, que só tem funcionado para demandas regionais, mas pode adicionar
mais 5 m³/s ao sistema. Destacou, também, a finalização do Eixão das Águas,
prevista para junho, que garantirá uma adução complementar de até 11 m³/s, o
que representa, segundo suas informações, segurança hídrica para a Região
Metropolitana de Fortaleza (RMF).
Adeodato explica
que o Estado conta com aproximadamente duas mil localidades: "Situações
localizadas são resolvidas com a utilização de caminhão-pipa ou poços
artesianos e essas situações são analisadas conjuntamente pela Cogerh, Cagece,
Sohidra e Saes (Sistemas de Água e Esgotos)".
Maristela Crispim
Editora de Reportagem
FONTE: Diário do Nordeste
Um comentário:
Olá Ricardo, que bom que agora a imprensa pôde olhar pra nossa realidade (Ematuba) mesmo quando vem pra falar da seca.O mérito é de vcs da Ong Historia Viva, quando produziu a reportagem da falta de água em Ematuba! Que pena que nossos governantes sempre esqueceram o nosso lugar. lembrarão agora na campanha. Parábens, Ricardo por seu trabalho firme e incessante na luta pela melhoria de nossa população e por uma imprensa imparcial preocupado basicamente com a dignidade do cidadão independenciano. ( renato martins (Fortaleza-Ematuba - Brasil)
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