Para presidente do órgão, quadro é preocupante.
O que está ruim ainda pode ficar pior? Pode. Pelo menos, essa é a
sensação de quem acompanhou a coletiva de imprensa realizada pela Funceme, para divulgar o prognóstico da quadra chuvosa de 2013, na manhã desta sexta-feira (25) no Hotel Luzeiros, em Fortaleza. (Foto: Alex Costa)
De acordo com o órgão, a probabilidade da quadra chuvosa ficar abaixo
da média, neste ano, é de 45% contra 35% de permanecer dentro da média e
de apenas 20% de ser superior à média.
Para se ter uma ideia, o prognóstico negativo é ainda pior que o
realizado no ano passado, quando as chances de chuvas abaixo da média
eram 10 pontos percentuais abaixo do projetado para 2013. E foi o que
aconteceu, realmente. No ano anterior, as chuvas ficaram 50,7% abaixo da
média, representando a pior quadra chuvosa dos últimos 50 anos.
A Funceme esclareceu que o fato de o prognóstico indicar mais chances
de chuvas escassas no Ceará em 2013 do que no ano passado não indica
obrigatoriamente um quadro pior do que o de 2012. "A possibilidade de
chover abaixo é maior e deve ser considerada, mas 2012 foi muito abaixo
do que a média, por isso, não necessariamente pode-se concluir que vá
chover menos do que no ano passado", explicou o órgão, na coletiva, por
meio de sua assessoria.
(Arte: Felipe Belarmino)
Para este ano, a Funceme sinaliza 35% de probabilidade de chuvas em
torno da média (712 milímetros) e 20% acima desse nível. Uma diferença
pessimista em relação à projeção de janeiro de 2012 para a quadra
chuvosa, com, respectivamente, 40% normal e 25% maior - caracterizando
um recuo de 5 pontos percentuais na estimnativa de cada item.
Estimativa é baseada em diversas estatítiscas e avaliação da atmosfera
A projeção é realizada com base na análise dos campos atmosféricos e
oceânicos de grande escala e de estudos estatísticos de diversos órgãos
como Inpe, Inmet e a própria Funceme. As próprias palavras do presidente
do órgão, Eduardo Sávio Martins, traduzem o sentimento de tensão para
um Estado que depende das chuvas para sobreviver. "A situação é
preocupante visto que em 2012 foi um ano de estiagem", colocou. Tanto
que logo após a coletiva, foi providenciada uma reunião extraordinária
co Comitê de Combate à Seca para tratara das estratégias a serem
traçadas após a divulgação do prognóstico dos meses de fevereiro, março
e abril.
O Comitê é coordenado pela Secretaria do Desenvolvimento Agrário
(SDA), e possui representantes dos Ministérios do Desenvolvimento
Agrário, Desenvolvimento Social e Combate à Fome e das Minas e Energia,
além do Exército Brasileiro. Pelo governo cearense, participam as
Secretarias de Recursos Hídricos, Cidades, Trabalho e Desenvolvimento
Social, e Ciência e Tecnologia, através das vinculadas Funceme, Cagece,
Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh), Superintendência de
Obras Hidráulicas (Sohidra), Ematerce e Defesa Civil Estadual, além da
Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece), Federação dos
Trabalhadores da Agricultura do Ceará (Fetraece) e Federação da
Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec).
Colaborador:
Ilo Santiago Jr./Melquíades Júnior
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