Papa Bento 16 anunciou nesta segunda-feira (11) a renúncia ao
pontificado, segundo o Vaticano. Ele deve deixar o posto em 28 de
fevereiro.
Em comunicado, feito em latim durante uma assembleia de cardeais em que
se discutia um processo de canonização, Bento 16 disse que vai deixar o
cargo devido à idade avançada, por "não ter mais forças" para exercer a
função.
"Eu convoquei vocês para este Consistório, não apenas para três
canonizações, mas também para comunicar uma decisão de grande
importância para a vida da Igreja. Depois de ter repetidamente examinado
a minha consciência perante Deus, eu tive a certeza de que minha força,
devido à uma idade avançada, não é mais adequada para o ministério
Petrino", disse ele, de acordo com uma declaração do Vaticano.
"Por esta razão, e consciente da seriedade deste ato, em completa
liberdade, eu declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma,
Sucessor de São Pedro", acrescentou o papa.
Esta é apenas a segunda vez que um Papa da Igreja Católica renuncia ao pontificado.
O cargo ficará vago até a eleição do próximo papa.
Biografia
O cardeal alemão Joseph Ratzinger foi eleito papa em 19 de abril de
2005, em substituição a João Paulo 2º, que havia morrido em 2 de abril
de 2005. Bento 16 é o 265º papa e o primeiro a ser eleito no século 21.
Líder da Congregação para a Doutrina da Fé, Bento 16 contou com o apoio
das alas mais conservadoras da igreja à época de sua escolha como sumo
pontífice.
Ratzinger nasceu em 16 de abril de 1927 em Marktl, Alemanha, e entrou
para o seminário aos 12 anos. Na adolescência, estudou grego e latim, e
mais tarde se doutorou em teologia pela Universidade de Munique.
É conhecido como grande estudioso e possui sólida carreira
acadêmica. Na Igreja, ocupou o posto de prefeito da Congregação para a
Doutrina da Fé, responsável por difundir e defender a doutrina católica.
Com a morte de João Paulo 2º, Ratzinger foi eleito pelos cardeais em abril 2005 e adotou o nome de Bento 16.
Durante a Segunda Guerra, chegou a ser convocado para combater nos
esquadrões antiaéreos alemães. Dispensado, acabou sendo recrutado
primeiro pela legião austríaca e depois pela infantaria alemã, da qual
desertou em menos de dois meses.
De volta ao seminário, foi ordenado padre em junho de 1951. À função,
somou o trabalho como professor de teologia, primeiro na Universidade de
Bonn e depois na de Regensburg, onde seria reitor.
Em março de 1977, tornou-se arcebispo de Munique e Freising e, menos de
três meses depois, foi criado cardeal pelo papa Paulo 6º. Já sob João
Paulo 2º, em 1981, Ratzinger tornou-se o líder da Congregação para a
Doutrina da Fé.
Neste cargo, Ratzinger reprimiu com força os teólogos que saíram de sua
doutrina rígida e alienou outras denominações cristãs dizendo que não
são igrejas verdadeiras.
Chamado de Guardião do Dogma, ele combateu o sacerdócio feminino e
condenou a homossexualidade, além de ser contra a comunhão aos
divorciados que voltarem a se casar e a impedir o crescimento do
laicismo dentro da Igreja, mas não se considera um "durão".
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