Apesar de ser negado pela Igreja Católica, uma mulher ocupou o trono papal durante a Idade Média
Uma mulher no comando do Vaticano seria possível? Se não fosse a postura conservadora da Igreja católica, sim. Na contramão da evolução dos tempos, onde a mulher conquistou posições de destaque em diferentes Campos da atividade humana no mundo, o sexo feminino, ainda, é alvo de discriminações em muitas seitas religiosas. A Igreja Católica, por exemplo, parece que vive na era medieval ao recusar a presença das mulheres nos altos escalões do Vaticano.
Elas são proibidas de celebrar missa. No entanto, alguns pequenos passos progressistas foram dados. No Vaticano, algumas mulheres já ocupam lugares antes exclusivamente reservados aos homens. E nem todas são católicas nem freiras. No Pontificado de Bento XVI, existem mulheres em oito cargos importantes. Uma delas, russa e ortodoxa, é retratista oficial do sucessor de São Pedro e ocupa o lugar já ocupado por Miguel Angelo ou Rafael.
Também é uma mulher (a primeira nesse cargo) que dirige a filmoteca do Vaticano. Outra, casada e psiquiatra, analisa pedidos de nulidade matrimonial. Uma outra, que ainda foi nomeada por João Paulo II, é subsecretária da Congregação para os Estudos da Vida consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica. E há, também, a "irmã internet", responsável pelo site do Vaticano.
Papisa secreta
Na obscura Idade Média, no ano de 814, uma mulher abalou as bases do Vaticano. Foi neste período sombrio que uma mulher passou a maior parte de sua vida vestida de homem, estudou Medicina, foi médica do Papa e tornou-se ela mesma papisa - durante dois anos.
A história da Papisa Joana foi conhecida até o século XVII, quando o Vaticano resolveu apagá-la da história da Igreja. Não adiantou. Dona Woolfolk Cross pesquisou, descobriu os arquivos e transformou a história num romance, em que aventura, sexo e poder cruzam-se com maldições, guerras e heresias. O livro foi transformado num grande filme épico, estreado em outubro passado na Europa.
Disfarçada como um monge, chamado Joannes Anglicus, Joana subiu ao mais alto cargo da igreja, tornando-se papa. Depois de dois anos de reinado, a "Papisa Joana" ficou grávida e, durante uma procissão de Páscoa, deu à luz a criança na rua, quando caiu do cavalo. Ela foi publicamente apedrejada até à morte pela multidão furiosa, e segundo a lenda, estes fatos foram removidos dos arquivos do Vaticano A papisa Joana é um dos personagens mais formidáveis de todos os tempos, e um dos menos conhecidos. Embora hoje negue a existência dela e de seu papado, a Igreja Católica reconheceu ambos como verdadeiros durante a Idade Média e a Renascença. Foi apenas a partir do século XVII, sob crescente ataque do protestantismo incipiente, que o Vaticano deu início a um esforço orquestrado para destruir os embaraçosos registros históricos sobre a mulher papa. O desaparecimento quase absoluto de Joana na consciência moderna atesta a eficácia de tais medidas.
Influência
Por uma década do século XVII, uma mulher comandou a Igreja Católica através de seu cunhado, o papa Inocêncio X. Articulando assuntos de política internacional, travando guerras e patrocinando os maiores artistas barrocos de Roma, Olimpia Maidalchini mostrou-se uma mulher de extremo poder e fez fortuna com o ouro do Vaticano. Essa revelação consta do best-seller "Senhora no Vaticano".
Descendente de uma família sem muitas posses, aos 15 anos ela escapou dos confins do convento. Ela acabou por tornar-se figura fundamental na instituição mais poderosa do mundo, a Igreja Católica - que proíbe veementemente mulheres de ocupar posições de liderança. Por mais de uma década no século XVII, no entanto, Olimpia foi tão poderosa quanto seu cunhado, o Papa Inocêncio X, conhecido por ser um tanto indeciso. Ela nomeava cardeais, negociava com embaixadores e se servia de boa parte do tesouro dos Estados Pontifícios.
Oculto por quase quatro séculos, o best-seller "Senhora do Vaticano" investiga a história do poder absoluto dessa senhora sobre a Igreja. Contra todas as expectativas, Olimpia Maidalchini tornou-se uma mulher de poder e sacudiu as bases do catolicismo. Admirada, odiada, invejada e temida, ela era uma mulher inteligente, ambiciosa e astuta num mundo dominado pelos homens. O cardeal Alessandro Bichi, em 1644, chegou a afirmar: "Acabamos de eleger uma papisa".
Uma mulher no comando do Vaticano seria possível? Se não fosse a postura conservadora da Igreja católica, sim. Na contramão da evolução dos tempos, onde a mulher conquistou posições de destaque em diferentes Campos da atividade humana no mundo, o sexo feminino, ainda, é alvo de discriminações em muitas seitas religiosas. A Igreja Católica, por exemplo, parece que vive na era medieval ao recusar a presença das mulheres nos altos escalões do Vaticano.
Elas são proibidas de celebrar missa. No entanto, alguns pequenos passos progressistas foram dados. No Vaticano, algumas mulheres já ocupam lugares antes exclusivamente reservados aos homens. E nem todas são católicas nem freiras. No Pontificado de Bento XVI, existem mulheres em oito cargos importantes. Uma delas, russa e ortodoxa, é retratista oficial do sucessor de São Pedro e ocupa o lugar já ocupado por Miguel Angelo ou Rafael.
Também é uma mulher (a primeira nesse cargo) que dirige a filmoteca do Vaticano. Outra, casada e psiquiatra, analisa pedidos de nulidade matrimonial. Uma outra, que ainda foi nomeada por João Paulo II, é subsecretária da Congregação para os Estudos da Vida consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica. E há, também, a "irmã internet", responsável pelo site do Vaticano.
Papisa secreta
Na obscura Idade Média, no ano de 814, uma mulher abalou as bases do Vaticano. Foi neste período sombrio que uma mulher passou a maior parte de sua vida vestida de homem, estudou Medicina, foi médica do Papa e tornou-se ela mesma papisa - durante dois anos.
A história da Papisa Joana foi conhecida até o século XVII, quando o Vaticano resolveu apagá-la da história da Igreja. Não adiantou. Dona Woolfolk Cross pesquisou, descobriu os arquivos e transformou a história num romance, em que aventura, sexo e poder cruzam-se com maldições, guerras e heresias. O livro foi transformado num grande filme épico, estreado em outubro passado na Europa.
Disfarçada como um monge, chamado Joannes Anglicus, Joana subiu ao mais alto cargo da igreja, tornando-se papa. Depois de dois anos de reinado, a "Papisa Joana" ficou grávida e, durante uma procissão de Páscoa, deu à luz a criança na rua, quando caiu do cavalo. Ela foi publicamente apedrejada até à morte pela multidão furiosa, e segundo a lenda, estes fatos foram removidos dos arquivos do Vaticano A papisa Joana é um dos personagens mais formidáveis de todos os tempos, e um dos menos conhecidos. Embora hoje negue a existência dela e de seu papado, a Igreja Católica reconheceu ambos como verdadeiros durante a Idade Média e a Renascença. Foi apenas a partir do século XVII, sob crescente ataque do protestantismo incipiente, que o Vaticano deu início a um esforço orquestrado para destruir os embaraçosos registros históricos sobre a mulher papa. O desaparecimento quase absoluto de Joana na consciência moderna atesta a eficácia de tais medidas.
Influência
Por uma década do século XVII, uma mulher comandou a Igreja Católica através de seu cunhado, o papa Inocêncio X. Articulando assuntos de política internacional, travando guerras e patrocinando os maiores artistas barrocos de Roma, Olimpia Maidalchini mostrou-se uma mulher de extremo poder e fez fortuna com o ouro do Vaticano. Essa revelação consta do best-seller "Senhora no Vaticano".
Descendente de uma família sem muitas posses, aos 15 anos ela escapou dos confins do convento. Ela acabou por tornar-se figura fundamental na instituição mais poderosa do mundo, a Igreja Católica - que proíbe veementemente mulheres de ocupar posições de liderança. Por mais de uma década no século XVII, no entanto, Olimpia foi tão poderosa quanto seu cunhado, o Papa Inocêncio X, conhecido por ser um tanto indeciso. Ela nomeava cardeais, negociava com embaixadores e se servia de boa parte do tesouro dos Estados Pontifícios.
Oculto por quase quatro séculos, o best-seller "Senhora do Vaticano" investiga a história do poder absoluto dessa senhora sobre a Igreja. Contra todas as expectativas, Olimpia Maidalchini tornou-se uma mulher de poder e sacudiu as bases do catolicismo. Admirada, odiada, invejada e temida, ela era uma mulher inteligente, ambiciosa e astuta num mundo dominado pelos homens. O cardeal Alessandro Bichi, em 1644, chegou a afirmar: "Acabamos de eleger uma papisa".
Fonte: Diário do Nordeste
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